sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Racismo é burrice

Ia dissertar sobre isto, mas este senhor diz tudo de uma maneira bem melhor que a minha:

Lavagem Cerebral - Gabriel, o Pensador



Racismo preconceito e discriminação em geral
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal que justificativa você me dá para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente
Infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral

Não seja um imbecil
Não seja um Paulo Francis
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O que é que importa se ele é nordestino e você não?
O que é que importa se ele é preto e você é branco?
Aliás branco no Brasil é difícil porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda então olhe pra trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura então porquê o preconceito?
Barrigas que cresceram
O tempo que passou...
Nasceram os brasileiros cada um com a sua cor
Uns com a pele clara outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral

Negro e nordestino constróem seu chão
Trabalhador da construção civil conhecido como peão
No Brasil o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou que lava o chão de uma delegacia
É revistado e humilhado por um guarda nojento que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro ao nordestino e todos nós
Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói
O preconceito é uma coisa sem sentido
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
Me responda se você discriminaria
Um sujeito com a cara do PC Farias
Não você não faria isso não...
Você aprendeu que o preto é ladrão
Muitos negros roubam mas muitos são roubados
E cuidado com esse branco aí parado do seu lado
Porque se ele passa fome
Sabe como é:
Ele rouba e mata um homem
Seja você, você ou o Pelé
Você e o Pelé morreriam igual
Então que morra o preconceito e viva a união racial
Quero ver essa musica você aprender e fazer
A lavagem cerebral

O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
E desde sempre não para pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Qualquer tipo de racismo não se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
Todo o mundo é racista mas não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da "elite"
Não participe
Pois como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
E se você é mais um burro
Não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral
Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu
É você

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Afeição: o Branco, o Preto e o Cinzento

A questão sobre o que distingue um conhecido de uma amizade, uma amizade de uma atracção e uma atracção de uma paixão é algo sobre todos nós, nalgum ponto mais indeciso da nossa vida, nos perguntámos. Há quem defina os vários conceitos com fronteiras muito claras e específicas, outros são que defendem ser tudo a mesma coisa. No meio disto tudo, uma coisa me parece clara: a origem emocional de todos estes tipos de relacionamento é a mesma. Da indiferença ao puro amor, é a quantidade de afecto que nos permite rotular cada relação interpessoal.

Mas o que nos faz sentir afecto por alguém e como são explicadas as variações por vezes quase ilógicas que sentimos por diferentes pessoas? E o que explica a sua variabilidade ao longo do tempo na mesma relação?

E sobre isso que se expande a minha teoria de hoje, expontaneamente formulada na curta viagem de carro entre a Caparica e Alvalade, e prontamente desenvolvida em horário laboral.

Muita gente defende que o nosso nível de afecto em relação a alguém é proporcional à quantidade de características* em comum entre as duas pessoas. No entanto, embora esta teoria pareça bastante correcta em muitos casos, a verdade é que falha redondamente em outras tantas, confirmando que o provérbio que diz que "os opostos se atraem" também tem a sua quota parte de veracidade, embora padeça de exactamente o mesma falácia que a teoria anterior: embora se verifique em algumas características, nunca que verifica no conjunto de todas as características que formam uma relação.

Aliás, se pensarmos nas nossas mesmas preferências com alguma objectividade, reparamos facilmente que há característas que gostamos de partilhar e outras em que se passa exactamente o inverso. Daqui se conclui facilmente a invalidade das teorias anteriores aquando da análise de uma relação como um todo.

Então qual será realmente a origem do afecto?

Na minha opinião, o afecto é o produto do interesse. Passo a explicar:

Sempre que se descobrem características novas numa pessoa, o nosso cérebro produz uma reacção que se pode classificar num espectro que vai desde o altamente agradável ao altamente desagradável. Quando o estímulo é agradável, provoca interesse e curiosidade em relação à pessoa que detém essa característica, produzindo uma quantidade de afecto proporcional à reacção. Daí que sintamos repulsa por alguém cujas características que conhecemos não gostamos e que sintamos empatia por alguém cujo conjunto de características conhecidas seja agradável. Isto também corrobora o facto de sentirmos indiferença por alguém que não conhecemos.

É claro que a classificação de uma característica varia de pessoa para pessoa, daí que cada pessoa tenha um conjunto de gostos único, e ainda bem, porque se gostássemos todos de morenas de olhos verdes haveriam muitas mais guerras.

É importante perceber que este processo de conhecimento-classificação-reacção ocorre, maioritariamente, ao nível do subconsciente, não sendo pensamentos constantemente presentes no nosso consciente mas que estão constantemente a ocorrer durante as nossas interacções com as diversas pessoas à nossa volta, desde a que conhecemos melhor à que conhecemos pior. Há, no entanto, situações mais relevantes nas quais nos podemos aperceber deste processo, como são os casos das grandes alegrias ou das grandes desilusões que constituem o processo de descoberta de uma pessoa.

O facto de a maioria destes processos ocorrerem a níveis infra-sensoriais explica as discrepâncias afectuosas que ocorrem em relação a pessoas diferentes e que não se consegue explicar racionalmente.

Mas então se somos todos grandes Vascos da Gama porque é que muitas vezes um mar calmo se torna uma tempestade e o que nos parece um tsunami ao início se pode revelar uma vagazita inofensiva? Ou por outras palavras: porque é que as nossas relações variam com o tempo e de formas por vezes inesperadas?

A evolução das relações está directamente relacionada o ritmo e qualidade das descobertas que formos fazendo sobre as característas da outra pessoa ao longo do tempo. Quanto mais tempo de convive com alguém melhor se conhece essa pessoa, e o nível de afecto evoluirá consoante a qualidade das características descobertas: se forem muito boas a relação vai atingir um estado de grande afecto rapidamente, e se forem muito más, as pessoas vão acabar, em última instância, a odiarem-se. Além, disso, as características das pessoas também mudam com o tempo, e isto afecta ambos os indivíduos numa relação. Se por acaso as evoluções forem em direcções opostas, mesmo a melhor relação pode não resistir.

Claro que para uma relação ser o mais saudável possível, o afecto tem de ser mútuo, já que o afecto é característica própria do indivíduo, e não da relação.

Voltando, então, à questão inicial, pode-se dizer que a classificação de uma relação é baseada no nível de interesse de uma pessoa e nas fronteiras próprias de cada indivíduo entre indiferença, amizade e amor, não devendo ser interpretados como estados únicos e estáticos mas como espectros em que existem níveis intermédios de afecto. Um conhecido estará entre o indiferente e a amizade e um amigo íntimo estará situado entre a amizade e o amor.

Esta teoria não foi plagiada nem tem rigor científico. E apenas fruto da minha cabeça e por isso constitui apenas um artigo de opinião.

*As "características" mencionados abordam todo o espectro da mundanidade, desde o aspecto emocional ao material, relacionadas directamente com o indivíduo.

domingo, 19 de agosto de 2007

Regulamentação? Pra quê?

Há certas pessoas (muitas, ainda) que levantam questões bastante plausíveis sobre a regulamentação exercida pelas várias entidades reguladoras, pondo em causa, não apenas regulamentações particulares mas sim todo o conceito de regulamentação em geral.
Realmente, pra quê sermos regulamentados? "Não podes comer isto! Não podes fumar aquilo! Isto tem de ser feito assim! Isto tem de ser feito assado!" Que chatos, pá!, sempre a dizerem-nos o que é que podemos e não podemos fazer, até parecem nossos pais, e desses já muitos de nós nos livrámos (no sentido social, claro).

E já repararam na abusiva arrogância com que essas entidades vão dizer a pessoas adultas, vacinadas (algumas, ok) e, em muitos casos, com uma grande experiência de vida, "Ah e tal, tu não podes comer isso porque eu digo que te faz mal e eu é que mando!", ou o excesso de confiança com que se dirigem a uma empresa que, sem dúvida, só estará interessada em fornecer às pessoas produtos que melhorem a sua qualidade de vida (toda a gente sabe que todas as empresas têm a qualidade de vida dos consumidores como 1ª prioridade, embora algumas insistam que só estão interessadas no lucro rápido), e lhe dizem "Ah pois é, isso não pode ser vendido assim porque isto é mau para o consumidor!".

Isto é ultrajante!

...e se você realmente pensa assim STAY TUNED e arrisque-se a aprender umas coisas:

As empresas já o sabem mas ignoram a questão, e muitas das pessoas nem sequer se apercebem, mas todos temos de ter a humildade de reconhecermos que ninguém consegue abarcar, por si só, todos os domínios do conhecimento necessários ao total entendimento e compreensão de todos os pormenores da nossa vida quotidiana. E se, como de uma equação matemática se tratásse, somarmos o facto de ser o nosso objectivo como comunidade humana tentar sempre atingir uma sociedade com um nível cada vez maior de eficiência e fluidez, então é indispensável que remetamos para entidades especializadas, credível e idóneas, a salvaguarda dos nossos interesses (sendo o da saúde o de maior destaque), sobre domínios do conhecimento que não controlamos.

Estas entidades só nos vêm aliviar a carga intelectual em campos em que a sua contribuição para uma sociedade sustentável seja inegável (isto em teoria, obviamente, embora tenhamos conseguido bastante bons exemplo mesmo em Portugal).
E vivendo nós num quotidiano que nos bombardeia tão incessantemente com todos os tipos de informação variada, há certa informação que, sendo unanimemente aceite pela sociedade ou comprovadamente indispensável à melhoria das nossas condições de vida actuais, pode ser usada por entidades que, com essa mesma informação, filtrem todos os produtos e serviços que chegam ao consumidor final, dando-nos assim, uma segurança extra em relação a riscos conhecidos que, por falta de conhecimento técnico específico, não poderíamos evitar de outra maneira.

Não acham importante haver uma entidade de previne o uso de todas as substâncias comprovada e exclusivamente negativas para a saúde na criação e confecção dos nossos alimentos, ou preferem ser cada um de nós a deter o conhecimento técnico e científico que nos permita indentificar um alimento que nos faça reconhecidamente mal?
E não teremos nós o direito de saber toda a informação sobre um serviço que nos é prestado ou teremos nós de nos sujeitarmos a um serviço do qual desconhecemos as cláusulas do exercício do mesmo?

É isto que é suposto as entidades reguladoras fazerem: proteger-nos do que é comprovada e exclusivamente negativo e dar-nos as condições necessárias a uma escolha responsável e consciente para lidarmos com o que é ambíguo.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

"Ah, light in marble head!"

Bem, isto tudo começa com um violento acesso de frustração, coisa nada incomum em mim mas que me habituei a refrear, umas vezes por me sentir demasiado "pequeno" em relação às coisas em que penso, outras vezes por pura preguiça.

A verdade é que a minha cabeça é, sem sombra de dúvida, bem maior que a minha alma. Os meus pensamentos são altivos, as minhas teorias são ambiciosas e as minhas intenções, altruístas... e quando começa a parecer que sou o homem, ou mais genial, ou mais narcisista que existe, eis a cruel realidade: quando é para realmente fazer algo, 'tá quieto!, a minha inércia leva a melhor e as minhas acções, quando existem são, no máximo, mínimas.

Ser um gajo cheio de ideais é muito nobre mas é só em teoria, porque o que realmente interessa é a maneira de como isso se reflecte na prática. Ter ideais por si só tem como resultado directo apenas e só a auto-satisfação, e sinceramente, disso já eu tenho em demasia. Considero que o facto de alguém ter um ideal bem definido só aumenta a sua responsabilidade perante a sociedade em aplicá-lo e promovê-lo, pois como no futebol, a melhor defesa dum ideal é o ataque.
Ora, claro que isto é válido partindo do princípio que esse ideal é globalmente bom, ou seja, a sua aplicação é boa para toda a gente. Infelizmente é uma entidade puramente teórica e não me parece que exista na prática, por isso cabe a cada um de nós avaliar o impacto dos nossos ideais não só em nós e na nossa vida (prática essa bastante vulgarizada) mas em todos os elementos do nosso habitat social e ambiental, e posteriormente reavaliá-los ou proceder à sua devida aplicação.

...talvez fosse isto que a Filosofia do secundário deviria ensinar, assim sempre havia alguém que apanhava estes conceitos em vez ficar com aquele sentimento de inutilidade em relação à referida cadeira no final da mesma, mas enfim...

Bem, e com este post de abertura dou início às hostilidades, que serão, sem dúvida, recheadas das minhas ideias, teorias, estrangeirismos, narcisismos, e outros -ismos aos quais o sono já não me permite aceder.

Contador