sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Voltei, voltei...

Voltei, voltei... ao blog porque voltar a Portugal é só lá para 5ªfeira. É verdade, finalmente tive algum tempinho sem estar a cair de sono pra vir até aqui pra pôr o pessoal ao corrente das coisas :)

Bem, digamos que já percebi pq é q o Erasmus é tão reputado (o protocolo, e n o gajo...): n é preciso grande coisa p uns copos se tornarem numa festa, conhecidos virarem grandes amigos e um país desconhecido se tornar a nossa casa. E no meio disto tudo ainda temos trabalhado bem, e se n digo muito é por respeito ao pessoal q se tá por aí a matar a trabalhar em Portugal. A verdade é q temos conseguido fazer muito de tudo, desde estudar, passear, conviver e conviver mais um bocado, pq aqui até a estudar e a trabalhar se convive, o q é excelente e nem é por isso q o trabalho deixa de aparecer feito.


No entanto, a borga é o q mais fica na retina, do olho e da máquina...


Isto é numa das discotecas da moda, onde pára tudo o que é mulher bonita, e elas nem têm vergonha de o mostrar, hehe :D Nem sei como é q os "Night Clubs" ainda têm clientela aqui...

O que mais me tem marcado, e provavelmente n tem sido só a mim, é a vivência estreita (praí com 1,5m no máximo, q é o tamanho do corredor) com alguns caramelos a q temos de chamar amigos... Aqui o pessoal anda como unha e carne, até por uma questão de conviveniência, que aqui faz um frio de rachar


...ok, só às vezes :P

...e se, como se de culinária se tratásse, se juntar um bocadinho de especiaria estrangeira a um belo prato português, o resultado pode ser espectacular


Formou-se aqui uma bela salada de fruta... europeia. Bem, fico-me aqui com (ainda) mais umas fotos e até à proxima (talvez já pessoalmente em Portugal, o melhor país do mundo!!) :D

Bem, esta tem de levar legenda: o gajo chama-se Manuel... :S



quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Desabafo

Tou farto de passar o dia sem aulas a passear e as noites nos bares e discotecas! >(





...


não tou nada!

=))))


vá, tomem lá, meus queridos ;)







Isto são são enormes provas à confiança que os meus pais (não) têm em mim...

oh mãe isto é só a brincar, a gente foi só aos bares tirar estas fotos e fomos logo a correr para casa ;P

agora a sério isto tá com doses bastante responsáveis de tudo: estudo, álcool e actividades desportivas ;) tá um equilíbrio perfeito :)

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Roménia à lupa

e já vão 20 dias neste belo país desconhecido para a maioria. Passada a euforia inicial, as surpresas vão sendo cada vez em menor número e a normalidade começa a ganhar contornos romenos na nossa cabeça: é normal os carros não pararem nas passadeiras, é normal os passeios terem crateras dignas da 2ªGGuerra e é normal as moças serem giras. Ora, até à bem pouco tempo tudo isto era passado ou apenas fantasia para mim, no entanto aqui estou eu, a achar normal putos a snifar tinta (!) na rua e ao mesmo tempo ser seguríssimo atravessar um parque escuro no meio da cidade sem ver vivalma (onde n há ladrões n há assaltos).

Embora muitos perguntem se está tudo bem por aqui poucos se interessam, a maioria quer é que eu mande fotos de gajas... por isso vou-me limitar a mostrar mais um pouco deste magnífico país que me está, a pouco e pouco, a conquistar.

As pessoas

A princípio, as pessoas são reservadas e pouco expansivas. Até agora não vi nenhum desacato, nenhuma gritaria, nenhum assalto, nada. Só no trânsito é que eles se tripam um bocado, mas aí têm mais que razão pra isso, como vou falar daqui a pouco.
Andam, na sua grande maioria, muito bem vestidos, sobretudo as miúdas, e até no mítico fato de treino têm classe. Vestem-se até bem demais já que há muitas (gajas, só podia) que vão p as aulas como se fossem p uma discoteca, o que faz bem aos olhos (dos gajos rebarbados q vêm doutros países só pra ver isto) mas que no fundo é um bocado parvo.
Têm, na sua maioria, corpos bastante bem cuidados e é bastante frequente ver meninas que em Portugal, só em sítios ou sites de cariz pouco honroso. Este facto penso que se deve à sua fenomenal cultura desportiva: têm um campo de um desporto qualquer em cada esquina, e vários complexos desportivos (só a minha faculdade tem 2, prefazendo 2 campos de futebol 11 relvados, 2 de futebol 7 relvados, 4 courts de ténis, 2 courts de basket, 4 campos de futebol 5, uma pista olímpica de corrida e mais uns pavilhões). Além disso têm aulas obrigatórias de um desporto à escolha nos 2 primeiros anos de faculdade. Soberbo.

O trânsito

Ui, tão a ver ali o acesso à ponte 25 de Abril em dia de chuva e um faixa cortada devido a acidente? Aqui é mais ou menos isso espalhado um pouco por toda a cidade. Tão a ver as ruas de Lutécia nos livros do Asterix? É parecido. Ainda por cima tá sempre tudo em obras (ou a precisar delas), marcações na estrada é mentira, e código da estrada também. Lindo.
O parque automóvel resume-se a Dacias de baixa qualidade, alguns carros mais porreiros de pessoal abastado e 2 hummers. Os taxis são tão baratos quanto perigosos e sempre que há o mais pequeno espaço, é prego a fundo.

Os imóveis

Alguém que chegue aqui sem aviso prévio pensará: "Ca ganda degredo" mas a verdade é que, na maior parte dos edifícios, a degradação do exterior e inversamente proporcional ao cuidado do interior. Na maior parte dos sítios onde fui (de início) não consegui evitar comparações com alguns sítios menos aconselháveis de Lisboa, mas a revolução do exterior para o interior não podia ser maior: de bares cheios de estilo à pequena lojinha de artigos de gaja, tá tudo bastante bem arranjado por dentro. Uma agradável surpresa.

E por enquanto fico por aqui q a fome aperta ;)

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Photopost Roménia: Take1

Bem e tudo começou assim:

1ª fotosessão: O Caminul do Amor

Ora, os Caminul são as residências de estudantes de Timisoara e servem cerca de 10 universidades nesta cidade. Só para perceberem a dimensão grotesca deste Complexul Studentesc digo-vos que é o equivalente hierárquico a um bairro de Lisboa e é formado por cerca de 25 caminul em que cada caminul tem 4 pisos com 40 quartos cada e com 2 camas cada quarto, ou seja, 8000 estudantes só em residências. Neste momento ainda n chegaram todos mas esperemos que a situação se altere coma chegada das aulas.
Os nossos singelos quartinhos, que eu partilho agora com um tuga portuense (carago!), têm este aspecto:


Quem me conhecer pode facilmente perceber qual é o meu lado do quarto...

...não, é o da esquerda!

2ª fotosessão: o instalamento

Como qualquer português que se preze, a primeira coisa depois de descarregar a carroça e prender o burro é apanhar uma cadela, o que nós rapidamente NÃO fizemos porque não somos portugueses que se prezem, mas sim um tipo diferente e mais responsável de português, portanto fomos comprar uma garrafa de cerveja Timisoreana e fomos jogar às cartas:



Depois de uma noite de bebida responsável, começámos a pensar se não seria melhor aproveitarmos estes últimos dias de férias e de total solidão no caminul e zarparmos para um sítio qualquer que ainda não conhecêsse-mos, o que foi algo extremamente fácil para quem tinha acabado de chegar...

3ª fotosessão: o princípio do fim-do-mundo

...e lá começámos pela estação dos comboios. Depois de tão bem ouvirmos falar dos caminhos-de-ferro do leste da europa nem tivemos dúvidas em escolher este meio de transporte, dúvidas que mais tarde lá apareceram sobre se sairíamos dele vivos.



Num destes baloiços com rodas e cheiro a dejectos vários, lá fizemos os 52km que nos separavam de Arad e da próxima lufada de ar fresco numas estonteantes 2horas, e aí não sei se pela beleza da cidade ou só mesmo pela lufada de ar fresco (coisa a que rapidamente valorizou nos 1ºs 10minutos de comboio), a viagem parecia ter valido a pena:




Fartos de tanta beleza, decidimos ir mais longe e depois de alguma informações cruzadas decidimos ir para uma "so-called" estância turística local

4ª fotosessão: o fim do mundo civilizado

Com 2 horas de sono mal dormidas e depois de percebermos que as portas funcionam melhor contra os cheiros nauseabundos quando estão fechadas, lá conseguimos enroscar-nos e dormir mais uns minutos no comboio. Mas como aqui não há cá cabines reservadas, lá fomos invadidos por uns senhores muito simpáticos que rapidamente se apressaram a meter conversa assim que se aperceberam da nossa estrangeirice. Assim, um senhor velhote muito simpático mais 2 amigos: um rapaz que arranhava dolorosamente no alemão e um estrábico bêbado que já nem romeno conseguia falar, começaram uma alegre tentativa de conversação que nunca passou disso mesmo.


Chegados ao destino, cidade de tamanho razoável no mapa, deparámo-nos com algo que nos fez pensar em uníssono:

"Judas deve ter perdido as botas algures por aqui..."






Embora bonito, já cheira a fim-de-mundo mas o parque automóvel continua muito rico:


Em resumo: tá a ser muito agradável, com surpresas frequentemente positivas e coisas lindas. Para a próxima tentarei fazer um "especial buraco" com destaque para a conduta. Até lá.

P.S.: O meu muito obrigado ao fornecedor do material que gentilmente disponibilizou a machine fotografica, o André, que eu n tenho cá dinheiro pra estas coisas.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Raport romanesc

Buna dimineata (Bom dia)

Eis que finalmente consegui aceder a net neste pais longinquo. Fiquem desde ja a saber que o facto de nao ter tido possibilidade de aceder a net anteriormente se deve puramente ao facto das aulas ainda nao terem comecado e de o servidor da faculdade se encontrar em preparacao para o ano lectivo, e nao por ser um pais de 3o mundo onde poucos servicos existem e os que existem nao funcionam.

Alias, este pais surpreende em relacao ao que muitos devem imaginar o que sera a Romenia: as pessoas andam extremamente bem vestidas e cuidadas (ai as romenas...), as pessoas sao amigaveis e instruidas, e existem todo o tipo de servicos, comercio e actividade economica a que estamos habituados no nosso cantinho ocidental, e ate talvez mais, ja que o negocio dos bares de strip se encontra muito bem desenvolvido aqui, o que so por si demonstra a superioridade cultural destas gentes.

Alguns leitores mais atentos ja devem ter topado a falta de acentuacao no meu portugues e antes de pensarem que istoi ja sao influencias aqui do leste, deixem-me elucidar-vos: este teclado e romeno e como cultura superior que sao, tem mais com que se preocupar do que com promenores de acentuacao.


Voltando a Romenia, aqui a parte ma e mesmo a degradacao fisica dos predios, passeios e qualidade geral da construcao, e nao me parece que seja algo provisorio ja que os romenos adoram abrir buracos. Passo a explicar: estes gajos querem e abrir buracos e nem se preocupam onde, como ou ate porque, eles querem e abri-los! Querem meter uma conduta duma ponta a outra do predio? E preciso mais um esgoto? Abre-se um buraco! Tas aborrecido e nao tens nada para fazer? Abre um buraco! Na parede, no alcatrao ou no meio do teu quarto, todo o sitio e bom! Voces nao podem compreender a magnitude disto: nao ha nada nesta terra que nao esteja esburacado, paredes, estradas, passeios, nada escapa.

Enfim... passo agora a mais-ou-menos odisseia:

Depois de uma breve passagem de 4 horas pelo magnifico e interessante aeroporto de Milao, onde convivemos alegremente com umas portuguesitas bem jeitosas, apanhamos um equivalente aereo a um chaco ("chasso", raispartam estes teclados) para Timisoara ("Timixuara") onde aprendi o primeiro pormenor cultural da romenia: estes gajos tambem bebem 'katemb' (pra quem nao sabe trata-se de um desperdicio de vinho misturado com cola, que por acaso ate fica bom). Comecou bem.

Depois de passado o terror de imaginar como e que aquela coisa a que alguem teve a audacia de chamar aviao ia aterrar e de estar, passado um dia, com os pes assentes em terra firme de vez, veio o primeiro caso serio: chegou a bagagem do Pizarro, vem a minha, e a do Lopes nem ve-la. Misturou-se um certo humor com alguma apreensao a mistura, mais uns where is my lugage pr'aqui e uns I want my lugage pr'ali e la conseguimos reaver a bagagem do dia seguinte. Podia ter sido pior.

Ja num hotel previamente assinalado como bem localizado para facilitar a logistica encaramos com uma top model loura com uma calcinha de fato de treino a dizer LUCK no rabiosque que nao sabia falar ingles, nao percebia o meu frances (o que e normal) e la tivemos de espremer o nosso italiano, que todo junto se resumiu a 2 ou 3 palavras que tinhamos ouvido nos anuncios no aviao. Acabamos com 2 quartos de cama de casal pa 3 gajos e com a duvida se a menina se teria enganado no quarto ou na suposicao sobre a nossa sexualidade. Enfim, eu fiquei num quarto e o recem formado casalinho Pizarro-Lopes no outro.
Piece de resistance: No outro dia de manha dou de caras com o Lopes a subir as escadas vindo do bar do hotel com um esgar de amargura anunciando o que, para mim, e um flagelo: o cafe aqui e horrivel! :'(((

No dia seguinte, mais 30 Lei, ou 10 Euros, para voltar ao aeroporto buscar a lugage do outro. Com menos um adereco e com um bonus de 1kg de palha atarrachado (?!?!) la voltamos para o hotel a pensar se aquilo nao teria vindo de Milao numa carroca puxada a burro. Mencao seja feita a companhia que providenciou tao curioso transporte, ja que a palha era de extrema boa qualidade, como ficou demonstrado pela impossibilidade de a conseguir desatarrachar da mala, a qual continuara por muito tempo com a marca de qualidade do transporte.


Dia seguinte: depois de andarmos 2horas com as malas a procura da reitoria para nos providenciar os quartos na residencia la conseguimos nos instalar num quarto humilde e acolhedor, providenciado com umas acolhedoras condutas no chao e mais 1 na parede, mais 6 acolhedores buracos para a passagem das mesmas mas com largura para caberem la mais 2 ou 3 e uma pituresca falta de insolamento acustico (o que me possibilita o luxo de acordar todos os dias as 9h da manha com o romantico som do ricky martin remixado). Que bom.

>(

Depois de instalados fomos a descoberta e rapidamente descobrimos que os romenos e o ingles raramente coexistem, ou seja, ando a falar uma mistura de frances, espanhol, italiano e ja algum romeno, tudo numa mesma frase. A verdade e que a gente acaba por se entender (as vezes). O problema e que dou varias vezes por mim a pensar em que lingua e que hei-de pensar e normalmente o resultado e um Ha?! bem expressivo e inconfudivel da parte da outra pessoa. E confuso.

Agora estamos a ver se arranjamos aqui uma casita bacana para alugar porque a cozinha da residencia resume-se a um frigorifico pequeno e a uma placa electrica que, surpresa das surpresas, doesn't work. Por isso estamos aqui a gastar rios de dinheiro com comida ja que os precos sao os dai e as doses sao mais pequenas (ja percebi como e que elas mantem a forma).

Anyway, ja travamos amizade com um casal de marroquinos que moram ao nosso lado em que o ingles dele e tao mau como o meu frances e o frances dela e tao imaculado como o seu ingles e nulo. Enfim, we going living comme si, comme sa, ora nos Que?! ora eles Ha?! e la nos vamos entendendo (not!).

Para os que esperavam por um photopost peco desculpa pois esqueci-me do cabo pra ligar a coisa ao coiso e por isso tenho de esperar que o Lopes ligues a coisa dele ao coiso pra eu depois pegar nas coisas e coisa-las aqui.

Multumesc pela atention e attende pour la prochene foi que je va ecrire ici.

Aribedetche

:P

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Repertório precisa-se

Olá, o meu nome é Daniel Nunes e vocês devem conhecer-me de blogs tais como "1001 Maneiras de Desafinar uma Guitarra", "Facadas no Jazz" e "A Ciência dos Pregos".

Finalmente depois de 15 dias de paz na ausência de alarvidades em forma de inocentes e aborrecidas massas de texto (paz para vocês, caros leitores, 'tá claro), voltei ao ataque.

Mas estes últimos dias, passados a últimar os preparativos para a minha estadia de 5 meses nas terras do mais conhecido Nosferatu das lendas (também não conheço mais nenhum, mas enfim), cansaram-me, e portanto este ataque vai ser softzinho, aliás, são vocês caros leitores que vão fazer o meu trabalho sujo.

Passo a explicar:

Há muito que o meu gosto para a música e a minha necessidade da aceitação por parte das pessoas próximas de mim se juntaram para proporcionar doces momentos a mim e grandes dores de cabeça aos meus vizinhos. Falo assim das minhas guitarradas.

Depois de 12 anos de convívio íntimo com a minha bicha (nome afectuoso pelo qual trato a minha bicha... perdão, guitarra), que por acaso nem é minha mas está-me sim, alugada por tempo indeterminado pela minha tia, vejo-me numa situação em que me é solicitado incessantemente em dias de festa e por pessoas que imitam bastante bem personagens em elevado estado de embriaguez, que exerça o nobre ofício de mau reprodutor de músicas em guitarra (ou simplesmente assassino musical). E como também eu acredito que o povo é quem mais ordenha não sou capaz de recusar.

O problema é que embora o meu repertório, ocasionalmente precedido ou até acompanhado por protestos veementes por parte de vizinhos ou transeuntes, tenha de início coberto facilmente toda uma noite de cantoria (ou desafinação, segundo alguns traidores menos ébrios), vejo-me neste momente confrontado com uma grave insuficiência repertorial.

E é aqui que o caro leitor entra em todo o seu esplendor e sabedoria:
Seja para proveito próprio ou por compadecimento pelos demais, incito a todos que contribuam com o seu conhecimento musical propondo peças musicais, de dificuldade média/baixa e adequadas à sua reprodução em guitarra acústica, para o nobre fim de entreter e arrastar para uma genuína e alegre decadência algumas almas bamboleantes e sem rumo.

Qual apelo desesperado, este pedido é crucial para a vida do povo em questão já que estes notívagos encores são indispensáveis para baixar o nível de qualidade musical destes pacientes evitando assim uma vaga de overdoses de cultura de qualidade, as quais seriam sem dúvida fatais nestes magníficos espécimens.

E é com um profundo sentimento de gratidão que acabo esta thread.

Despeço-me com amizade, tenha um bom serão.

PS: Em resposta da atrocidades a respeito deste blog, pelas quais a minha própria pessoa se sente afectada, verbalizadas no Bloguinho do Povo, tenho a dizer o seguinte: ambos os blogs não têm ponta por onde se-lhes pegue.

PS2: Oh João (o mais recente pseudo-tentáculo do po(l)vo), para a próxima traz um capacete, é que desmaiar tem a sua piada mas quando os caixinhos das janelas nos insistem em aparar a queda, o resultado pode ser uma bela dôr de cabeça do dia seguinte ;)

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Racismo é burrice

Ia dissertar sobre isto, mas este senhor diz tudo de uma maneira bem melhor que a minha:

Lavagem Cerebral - Gabriel, o Pensador



Racismo preconceito e discriminação em geral
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal que justificativa você me dá para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente
Infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral

Não seja um imbecil
Não seja um Paulo Francis
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O que é que importa se ele é nordestino e você não?
O que é que importa se ele é preto e você é branco?
Aliás branco no Brasil é difícil porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda então olhe pra trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura então porquê o preconceito?
Barrigas que cresceram
O tempo que passou...
Nasceram os brasileiros cada um com a sua cor
Uns com a pele clara outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral

Negro e nordestino constróem seu chão
Trabalhador da construção civil conhecido como peão
No Brasil o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou que lava o chão de uma delegacia
É revistado e humilhado por um guarda nojento que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro ao nordestino e todos nós
Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói
O preconceito é uma coisa sem sentido
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
Me responda se você discriminaria
Um sujeito com a cara do PC Farias
Não você não faria isso não...
Você aprendeu que o preto é ladrão
Muitos negros roubam mas muitos são roubados
E cuidado com esse branco aí parado do seu lado
Porque se ele passa fome
Sabe como é:
Ele rouba e mata um homem
Seja você, você ou o Pelé
Você e o Pelé morreriam igual
Então que morra o preconceito e viva a união racial
Quero ver essa musica você aprender e fazer
A lavagem cerebral

O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
E desde sempre não para pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Qualquer tipo de racismo não se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
Todo o mundo é racista mas não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da "elite"
Não participe
Pois como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
E se você é mais um burro
Não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral
Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu
É você

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Afeição: o Branco, o Preto e o Cinzento

A questão sobre o que distingue um conhecido de uma amizade, uma amizade de uma atracção e uma atracção de uma paixão é algo sobre todos nós, nalgum ponto mais indeciso da nossa vida, nos perguntámos. Há quem defina os vários conceitos com fronteiras muito claras e específicas, outros são que defendem ser tudo a mesma coisa. No meio disto tudo, uma coisa me parece clara: a origem emocional de todos estes tipos de relacionamento é a mesma. Da indiferença ao puro amor, é a quantidade de afecto que nos permite rotular cada relação interpessoal.

Mas o que nos faz sentir afecto por alguém e como são explicadas as variações por vezes quase ilógicas que sentimos por diferentes pessoas? E o que explica a sua variabilidade ao longo do tempo na mesma relação?

E sobre isso que se expande a minha teoria de hoje, expontaneamente formulada na curta viagem de carro entre a Caparica e Alvalade, e prontamente desenvolvida em horário laboral.

Muita gente defende que o nosso nível de afecto em relação a alguém é proporcional à quantidade de características* em comum entre as duas pessoas. No entanto, embora esta teoria pareça bastante correcta em muitos casos, a verdade é que falha redondamente em outras tantas, confirmando que o provérbio que diz que "os opostos se atraem" também tem a sua quota parte de veracidade, embora padeça de exactamente o mesma falácia que a teoria anterior: embora se verifique em algumas características, nunca que verifica no conjunto de todas as características que formam uma relação.

Aliás, se pensarmos nas nossas mesmas preferências com alguma objectividade, reparamos facilmente que há característas que gostamos de partilhar e outras em que se passa exactamente o inverso. Daqui se conclui facilmente a invalidade das teorias anteriores aquando da análise de uma relação como um todo.

Então qual será realmente a origem do afecto?

Na minha opinião, o afecto é o produto do interesse. Passo a explicar:

Sempre que se descobrem características novas numa pessoa, o nosso cérebro produz uma reacção que se pode classificar num espectro que vai desde o altamente agradável ao altamente desagradável. Quando o estímulo é agradável, provoca interesse e curiosidade em relação à pessoa que detém essa característica, produzindo uma quantidade de afecto proporcional à reacção. Daí que sintamos repulsa por alguém cujas características que conhecemos não gostamos e que sintamos empatia por alguém cujo conjunto de características conhecidas seja agradável. Isto também corrobora o facto de sentirmos indiferença por alguém que não conhecemos.

É claro que a classificação de uma característica varia de pessoa para pessoa, daí que cada pessoa tenha um conjunto de gostos único, e ainda bem, porque se gostássemos todos de morenas de olhos verdes haveriam muitas mais guerras.

É importante perceber que este processo de conhecimento-classificação-reacção ocorre, maioritariamente, ao nível do subconsciente, não sendo pensamentos constantemente presentes no nosso consciente mas que estão constantemente a ocorrer durante as nossas interacções com as diversas pessoas à nossa volta, desde a que conhecemos melhor à que conhecemos pior. Há, no entanto, situações mais relevantes nas quais nos podemos aperceber deste processo, como são os casos das grandes alegrias ou das grandes desilusões que constituem o processo de descoberta de uma pessoa.

O facto de a maioria destes processos ocorrerem a níveis infra-sensoriais explica as discrepâncias afectuosas que ocorrem em relação a pessoas diferentes e que não se consegue explicar racionalmente.

Mas então se somos todos grandes Vascos da Gama porque é que muitas vezes um mar calmo se torna uma tempestade e o que nos parece um tsunami ao início se pode revelar uma vagazita inofensiva? Ou por outras palavras: porque é que as nossas relações variam com o tempo e de formas por vezes inesperadas?

A evolução das relações está directamente relacionada o ritmo e qualidade das descobertas que formos fazendo sobre as característas da outra pessoa ao longo do tempo. Quanto mais tempo de convive com alguém melhor se conhece essa pessoa, e o nível de afecto evoluirá consoante a qualidade das características descobertas: se forem muito boas a relação vai atingir um estado de grande afecto rapidamente, e se forem muito más, as pessoas vão acabar, em última instância, a odiarem-se. Além, disso, as características das pessoas também mudam com o tempo, e isto afecta ambos os indivíduos numa relação. Se por acaso as evoluções forem em direcções opostas, mesmo a melhor relação pode não resistir.

Claro que para uma relação ser o mais saudável possível, o afecto tem de ser mútuo, já que o afecto é característica própria do indivíduo, e não da relação.

Voltando, então, à questão inicial, pode-se dizer que a classificação de uma relação é baseada no nível de interesse de uma pessoa e nas fronteiras próprias de cada indivíduo entre indiferença, amizade e amor, não devendo ser interpretados como estados únicos e estáticos mas como espectros em que existem níveis intermédios de afecto. Um conhecido estará entre o indiferente e a amizade e um amigo íntimo estará situado entre a amizade e o amor.

Esta teoria não foi plagiada nem tem rigor científico. E apenas fruto da minha cabeça e por isso constitui apenas um artigo de opinião.

*As "características" mencionados abordam todo o espectro da mundanidade, desde o aspecto emocional ao material, relacionadas directamente com o indivíduo.

domingo, 19 de agosto de 2007

Regulamentação? Pra quê?

Há certas pessoas (muitas, ainda) que levantam questões bastante plausíveis sobre a regulamentação exercida pelas várias entidades reguladoras, pondo em causa, não apenas regulamentações particulares mas sim todo o conceito de regulamentação em geral.
Realmente, pra quê sermos regulamentados? "Não podes comer isto! Não podes fumar aquilo! Isto tem de ser feito assim! Isto tem de ser feito assado!" Que chatos, pá!, sempre a dizerem-nos o que é que podemos e não podemos fazer, até parecem nossos pais, e desses já muitos de nós nos livrámos (no sentido social, claro).

E já repararam na abusiva arrogância com que essas entidades vão dizer a pessoas adultas, vacinadas (algumas, ok) e, em muitos casos, com uma grande experiência de vida, "Ah e tal, tu não podes comer isso porque eu digo que te faz mal e eu é que mando!", ou o excesso de confiança com que se dirigem a uma empresa que, sem dúvida, só estará interessada em fornecer às pessoas produtos que melhorem a sua qualidade de vida (toda a gente sabe que todas as empresas têm a qualidade de vida dos consumidores como 1ª prioridade, embora algumas insistam que só estão interessadas no lucro rápido), e lhe dizem "Ah pois é, isso não pode ser vendido assim porque isto é mau para o consumidor!".

Isto é ultrajante!

...e se você realmente pensa assim STAY TUNED e arrisque-se a aprender umas coisas:

As empresas já o sabem mas ignoram a questão, e muitas das pessoas nem sequer se apercebem, mas todos temos de ter a humildade de reconhecermos que ninguém consegue abarcar, por si só, todos os domínios do conhecimento necessários ao total entendimento e compreensão de todos os pormenores da nossa vida quotidiana. E se, como de uma equação matemática se tratásse, somarmos o facto de ser o nosso objectivo como comunidade humana tentar sempre atingir uma sociedade com um nível cada vez maior de eficiência e fluidez, então é indispensável que remetamos para entidades especializadas, credível e idóneas, a salvaguarda dos nossos interesses (sendo o da saúde o de maior destaque), sobre domínios do conhecimento que não controlamos.

Estas entidades só nos vêm aliviar a carga intelectual em campos em que a sua contribuição para uma sociedade sustentável seja inegável (isto em teoria, obviamente, embora tenhamos conseguido bastante bons exemplo mesmo em Portugal).
E vivendo nós num quotidiano que nos bombardeia tão incessantemente com todos os tipos de informação variada, há certa informação que, sendo unanimemente aceite pela sociedade ou comprovadamente indispensável à melhoria das nossas condições de vida actuais, pode ser usada por entidades que, com essa mesma informação, filtrem todos os produtos e serviços que chegam ao consumidor final, dando-nos assim, uma segurança extra em relação a riscos conhecidos que, por falta de conhecimento técnico específico, não poderíamos evitar de outra maneira.

Não acham importante haver uma entidade de previne o uso de todas as substâncias comprovada e exclusivamente negativas para a saúde na criação e confecção dos nossos alimentos, ou preferem ser cada um de nós a deter o conhecimento técnico e científico que nos permita indentificar um alimento que nos faça reconhecidamente mal?
E não teremos nós o direito de saber toda a informação sobre um serviço que nos é prestado ou teremos nós de nos sujeitarmos a um serviço do qual desconhecemos as cláusulas do exercício do mesmo?

É isto que é suposto as entidades reguladoras fazerem: proteger-nos do que é comprovada e exclusivamente negativo e dar-nos as condições necessárias a uma escolha responsável e consciente para lidarmos com o que é ambíguo.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

"Ah, light in marble head!"

Bem, isto tudo começa com um violento acesso de frustração, coisa nada incomum em mim mas que me habituei a refrear, umas vezes por me sentir demasiado "pequeno" em relação às coisas em que penso, outras vezes por pura preguiça.

A verdade é que a minha cabeça é, sem sombra de dúvida, bem maior que a minha alma. Os meus pensamentos são altivos, as minhas teorias são ambiciosas e as minhas intenções, altruístas... e quando começa a parecer que sou o homem, ou mais genial, ou mais narcisista que existe, eis a cruel realidade: quando é para realmente fazer algo, 'tá quieto!, a minha inércia leva a melhor e as minhas acções, quando existem são, no máximo, mínimas.

Ser um gajo cheio de ideais é muito nobre mas é só em teoria, porque o que realmente interessa é a maneira de como isso se reflecte na prática. Ter ideais por si só tem como resultado directo apenas e só a auto-satisfação, e sinceramente, disso já eu tenho em demasia. Considero que o facto de alguém ter um ideal bem definido só aumenta a sua responsabilidade perante a sociedade em aplicá-lo e promovê-lo, pois como no futebol, a melhor defesa dum ideal é o ataque.
Ora, claro que isto é válido partindo do princípio que esse ideal é globalmente bom, ou seja, a sua aplicação é boa para toda a gente. Infelizmente é uma entidade puramente teórica e não me parece que exista na prática, por isso cabe a cada um de nós avaliar o impacto dos nossos ideais não só em nós e na nossa vida (prática essa bastante vulgarizada) mas em todos os elementos do nosso habitat social e ambiental, e posteriormente reavaliá-los ou proceder à sua devida aplicação.

...talvez fosse isto que a Filosofia do secundário deviria ensinar, assim sempre havia alguém que apanhava estes conceitos em vez ficar com aquele sentimento de inutilidade em relação à referida cadeira no final da mesma, mas enfim...

Bem, e com este post de abertura dou início às hostilidades, que serão, sem dúvida, recheadas das minhas ideias, teorias, estrangeirismos, narcisismos, e outros -ismos aos quais o sono já não me permite aceder.

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