sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Photopost Roménia: Take1

Bem e tudo começou assim:

1ª fotosessão: O Caminul do Amor

Ora, os Caminul são as residências de estudantes de Timisoara e servem cerca de 10 universidades nesta cidade. Só para perceberem a dimensão grotesca deste Complexul Studentesc digo-vos que é o equivalente hierárquico a um bairro de Lisboa e é formado por cerca de 25 caminul em que cada caminul tem 4 pisos com 40 quartos cada e com 2 camas cada quarto, ou seja, 8000 estudantes só em residências. Neste momento ainda n chegaram todos mas esperemos que a situação se altere coma chegada das aulas.
Os nossos singelos quartinhos, que eu partilho agora com um tuga portuense (carago!), têm este aspecto:


Quem me conhecer pode facilmente perceber qual é o meu lado do quarto...

...não, é o da esquerda!

2ª fotosessão: o instalamento

Como qualquer português que se preze, a primeira coisa depois de descarregar a carroça e prender o burro é apanhar uma cadela, o que nós rapidamente NÃO fizemos porque não somos portugueses que se prezem, mas sim um tipo diferente e mais responsável de português, portanto fomos comprar uma garrafa de cerveja Timisoreana e fomos jogar às cartas:



Depois de uma noite de bebida responsável, começámos a pensar se não seria melhor aproveitarmos estes últimos dias de férias e de total solidão no caminul e zarparmos para um sítio qualquer que ainda não conhecêsse-mos, o que foi algo extremamente fácil para quem tinha acabado de chegar...

3ª fotosessão: o princípio do fim-do-mundo

...e lá começámos pela estação dos comboios. Depois de tão bem ouvirmos falar dos caminhos-de-ferro do leste da europa nem tivemos dúvidas em escolher este meio de transporte, dúvidas que mais tarde lá apareceram sobre se sairíamos dele vivos.



Num destes baloiços com rodas e cheiro a dejectos vários, lá fizemos os 52km que nos separavam de Arad e da próxima lufada de ar fresco numas estonteantes 2horas, e aí não sei se pela beleza da cidade ou só mesmo pela lufada de ar fresco (coisa a que rapidamente valorizou nos 1ºs 10minutos de comboio), a viagem parecia ter valido a pena:




Fartos de tanta beleza, decidimos ir mais longe e depois de alguma informações cruzadas decidimos ir para uma "so-called" estância turística local

4ª fotosessão: o fim do mundo civilizado

Com 2 horas de sono mal dormidas e depois de percebermos que as portas funcionam melhor contra os cheiros nauseabundos quando estão fechadas, lá conseguimos enroscar-nos e dormir mais uns minutos no comboio. Mas como aqui não há cá cabines reservadas, lá fomos invadidos por uns senhores muito simpáticos que rapidamente se apressaram a meter conversa assim que se aperceberam da nossa estrangeirice. Assim, um senhor velhote muito simpático mais 2 amigos: um rapaz que arranhava dolorosamente no alemão e um estrábico bêbado que já nem romeno conseguia falar, começaram uma alegre tentativa de conversação que nunca passou disso mesmo.


Chegados ao destino, cidade de tamanho razoável no mapa, deparámo-nos com algo que nos fez pensar em uníssono:

"Judas deve ter perdido as botas algures por aqui..."






Embora bonito, já cheira a fim-de-mundo mas o parque automóvel continua muito rico:


Em resumo: tá a ser muito agradável, com surpresas frequentemente positivas e coisas lindas. Para a próxima tentarei fazer um "especial buraco" com destaque para a conduta. Até lá.

P.S.: O meu muito obrigado ao fornecedor do material que gentilmente disponibilizou a machine fotografica, o André, que eu n tenho cá dinheiro pra estas coisas.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Raport romanesc

Buna dimineata (Bom dia)

Eis que finalmente consegui aceder a net neste pais longinquo. Fiquem desde ja a saber que o facto de nao ter tido possibilidade de aceder a net anteriormente se deve puramente ao facto das aulas ainda nao terem comecado e de o servidor da faculdade se encontrar em preparacao para o ano lectivo, e nao por ser um pais de 3o mundo onde poucos servicos existem e os que existem nao funcionam.

Alias, este pais surpreende em relacao ao que muitos devem imaginar o que sera a Romenia: as pessoas andam extremamente bem vestidas e cuidadas (ai as romenas...), as pessoas sao amigaveis e instruidas, e existem todo o tipo de servicos, comercio e actividade economica a que estamos habituados no nosso cantinho ocidental, e ate talvez mais, ja que o negocio dos bares de strip se encontra muito bem desenvolvido aqui, o que so por si demonstra a superioridade cultural destas gentes.

Alguns leitores mais atentos ja devem ter topado a falta de acentuacao no meu portugues e antes de pensarem que istoi ja sao influencias aqui do leste, deixem-me elucidar-vos: este teclado e romeno e como cultura superior que sao, tem mais com que se preocupar do que com promenores de acentuacao.


Voltando a Romenia, aqui a parte ma e mesmo a degradacao fisica dos predios, passeios e qualidade geral da construcao, e nao me parece que seja algo provisorio ja que os romenos adoram abrir buracos. Passo a explicar: estes gajos querem e abrir buracos e nem se preocupam onde, como ou ate porque, eles querem e abri-los! Querem meter uma conduta duma ponta a outra do predio? E preciso mais um esgoto? Abre-se um buraco! Tas aborrecido e nao tens nada para fazer? Abre um buraco! Na parede, no alcatrao ou no meio do teu quarto, todo o sitio e bom! Voces nao podem compreender a magnitude disto: nao ha nada nesta terra que nao esteja esburacado, paredes, estradas, passeios, nada escapa.

Enfim... passo agora a mais-ou-menos odisseia:

Depois de uma breve passagem de 4 horas pelo magnifico e interessante aeroporto de Milao, onde convivemos alegremente com umas portuguesitas bem jeitosas, apanhamos um equivalente aereo a um chaco ("chasso", raispartam estes teclados) para Timisoara ("Timixuara") onde aprendi o primeiro pormenor cultural da romenia: estes gajos tambem bebem 'katemb' (pra quem nao sabe trata-se de um desperdicio de vinho misturado com cola, que por acaso ate fica bom). Comecou bem.

Depois de passado o terror de imaginar como e que aquela coisa a que alguem teve a audacia de chamar aviao ia aterrar e de estar, passado um dia, com os pes assentes em terra firme de vez, veio o primeiro caso serio: chegou a bagagem do Pizarro, vem a minha, e a do Lopes nem ve-la. Misturou-se um certo humor com alguma apreensao a mistura, mais uns where is my lugage pr'aqui e uns I want my lugage pr'ali e la conseguimos reaver a bagagem do dia seguinte. Podia ter sido pior.

Ja num hotel previamente assinalado como bem localizado para facilitar a logistica encaramos com uma top model loura com uma calcinha de fato de treino a dizer LUCK no rabiosque que nao sabia falar ingles, nao percebia o meu frances (o que e normal) e la tivemos de espremer o nosso italiano, que todo junto se resumiu a 2 ou 3 palavras que tinhamos ouvido nos anuncios no aviao. Acabamos com 2 quartos de cama de casal pa 3 gajos e com a duvida se a menina se teria enganado no quarto ou na suposicao sobre a nossa sexualidade. Enfim, eu fiquei num quarto e o recem formado casalinho Pizarro-Lopes no outro.
Piece de resistance: No outro dia de manha dou de caras com o Lopes a subir as escadas vindo do bar do hotel com um esgar de amargura anunciando o que, para mim, e um flagelo: o cafe aqui e horrivel! :'(((

No dia seguinte, mais 30 Lei, ou 10 Euros, para voltar ao aeroporto buscar a lugage do outro. Com menos um adereco e com um bonus de 1kg de palha atarrachado (?!?!) la voltamos para o hotel a pensar se aquilo nao teria vindo de Milao numa carroca puxada a burro. Mencao seja feita a companhia que providenciou tao curioso transporte, ja que a palha era de extrema boa qualidade, como ficou demonstrado pela impossibilidade de a conseguir desatarrachar da mala, a qual continuara por muito tempo com a marca de qualidade do transporte.


Dia seguinte: depois de andarmos 2horas com as malas a procura da reitoria para nos providenciar os quartos na residencia la conseguimos nos instalar num quarto humilde e acolhedor, providenciado com umas acolhedoras condutas no chao e mais 1 na parede, mais 6 acolhedores buracos para a passagem das mesmas mas com largura para caberem la mais 2 ou 3 e uma pituresca falta de insolamento acustico (o que me possibilita o luxo de acordar todos os dias as 9h da manha com o romantico som do ricky martin remixado). Que bom.

>(

Depois de instalados fomos a descoberta e rapidamente descobrimos que os romenos e o ingles raramente coexistem, ou seja, ando a falar uma mistura de frances, espanhol, italiano e ja algum romeno, tudo numa mesma frase. A verdade e que a gente acaba por se entender (as vezes). O problema e que dou varias vezes por mim a pensar em que lingua e que hei-de pensar e normalmente o resultado e um Ha?! bem expressivo e inconfudivel da parte da outra pessoa. E confuso.

Agora estamos a ver se arranjamos aqui uma casita bacana para alugar porque a cozinha da residencia resume-se a um frigorifico pequeno e a uma placa electrica que, surpresa das surpresas, doesn't work. Por isso estamos aqui a gastar rios de dinheiro com comida ja que os precos sao os dai e as doses sao mais pequenas (ja percebi como e que elas mantem a forma).

Anyway, ja travamos amizade com um casal de marroquinos que moram ao nosso lado em que o ingles dele e tao mau como o meu frances e o frances dela e tao imaculado como o seu ingles e nulo. Enfim, we going living comme si, comme sa, ora nos Que?! ora eles Ha?! e la nos vamos entendendo (not!).

Para os que esperavam por um photopost peco desculpa pois esqueci-me do cabo pra ligar a coisa ao coiso e por isso tenho de esperar que o Lopes ligues a coisa dele ao coiso pra eu depois pegar nas coisas e coisa-las aqui.

Multumesc pela atention e attende pour la prochene foi que je va ecrire ici.

Aribedetche

:P

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Repertório precisa-se

Olá, o meu nome é Daniel Nunes e vocês devem conhecer-me de blogs tais como "1001 Maneiras de Desafinar uma Guitarra", "Facadas no Jazz" e "A Ciência dos Pregos".

Finalmente depois de 15 dias de paz na ausência de alarvidades em forma de inocentes e aborrecidas massas de texto (paz para vocês, caros leitores, 'tá claro), voltei ao ataque.

Mas estes últimos dias, passados a últimar os preparativos para a minha estadia de 5 meses nas terras do mais conhecido Nosferatu das lendas (também não conheço mais nenhum, mas enfim), cansaram-me, e portanto este ataque vai ser softzinho, aliás, são vocês caros leitores que vão fazer o meu trabalho sujo.

Passo a explicar:

Há muito que o meu gosto para a música e a minha necessidade da aceitação por parte das pessoas próximas de mim se juntaram para proporcionar doces momentos a mim e grandes dores de cabeça aos meus vizinhos. Falo assim das minhas guitarradas.

Depois de 12 anos de convívio íntimo com a minha bicha (nome afectuoso pelo qual trato a minha bicha... perdão, guitarra), que por acaso nem é minha mas está-me sim, alugada por tempo indeterminado pela minha tia, vejo-me numa situação em que me é solicitado incessantemente em dias de festa e por pessoas que imitam bastante bem personagens em elevado estado de embriaguez, que exerça o nobre ofício de mau reprodutor de músicas em guitarra (ou simplesmente assassino musical). E como também eu acredito que o povo é quem mais ordenha não sou capaz de recusar.

O problema é que embora o meu repertório, ocasionalmente precedido ou até acompanhado por protestos veementes por parte de vizinhos ou transeuntes, tenha de início coberto facilmente toda uma noite de cantoria (ou desafinação, segundo alguns traidores menos ébrios), vejo-me neste momente confrontado com uma grave insuficiência repertorial.

E é aqui que o caro leitor entra em todo o seu esplendor e sabedoria:
Seja para proveito próprio ou por compadecimento pelos demais, incito a todos que contribuam com o seu conhecimento musical propondo peças musicais, de dificuldade média/baixa e adequadas à sua reprodução em guitarra acústica, para o nobre fim de entreter e arrastar para uma genuína e alegre decadência algumas almas bamboleantes e sem rumo.

Qual apelo desesperado, este pedido é crucial para a vida do povo em questão já que estes notívagos encores são indispensáveis para baixar o nível de qualidade musical destes pacientes evitando assim uma vaga de overdoses de cultura de qualidade, as quais seriam sem dúvida fatais nestes magníficos espécimens.

E é com um profundo sentimento de gratidão que acabo esta thread.

Despeço-me com amizade, tenha um bom serão.

PS: Em resposta da atrocidades a respeito deste blog, pelas quais a minha própria pessoa se sente afectada, verbalizadas no Bloguinho do Povo, tenho a dizer o seguinte: ambos os blogs não têm ponta por onde se-lhes pegue.

PS2: Oh João (o mais recente pseudo-tentáculo do po(l)vo), para a próxima traz um capacete, é que desmaiar tem a sua piada mas quando os caixinhos das janelas nos insistem em aparar a queda, o resultado pode ser uma bela dôr de cabeça do dia seguinte ;)

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